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domingo, 5 de julho de 2009

Pingue-pongue

O desenhista de mangá, Dannilo Quadros, 22, desenha mangá há 7anos. O interesse pela arte japonêsa começou ainda na infância e perdura até hoje. Com o mangá o jovem consegue algum dinheiro, apesar de não pôder divulgar a sua autoria nos seus trabalhos.
Dannilo, que usa o nome artístico DBKUN (junção do nome com um apelido antigo), em entrevista exclusiva ao site OXENTE OTAKU, fala desta realidade e também sobre a presença do mangá em sua vida.

“(...) seria como uma chance “um em mil” de uma empresa japonesa escolher um brasileiro”.


S- Como surgiu o interesse pelo mangá?
D- A passagem de desenhos animados japoneses na tv influênciou bastante, aí eu sempre assisti, me interessei e desenhar mesmo acho que desde os quatro anos de idade. Só me interresei pelo estilo, a partir de determinado momento.

S- Porque o interesse pela cultura japonesa?
D- Ah! Eu sou apaixonado pelo traço, pela delicadeza do traço. A caracteristica peculiar do traço que é uma coisa bem limpa e bastante artístico. Também porque a cultura é uma coisa completamente diferente do que eu vivo no meu cotidiano.

S- O que você acha que leva os jovens baianos a gostarem desta cultura, tão longe e diferente da nossa?
D-Eu acho que a identificação que o jovem tem com a cultura, a maneira como eles lidam coma vida e tudo mais. Eu acho que o eles se identificam bastante com estas coisas que têm na cultura deles (japoneses) como a culinária. Tem gente que gosta de comer comida crua, essas coisas. (risos). Como os animes mostram este tipo de coisas, os jovens acabam adotando pra eles mesmo.


S- Qual o gênero que você desenha e por que?
D- Eu desenho shounen que são desenhos voltados para um público masculino jovem. Shounen significa menino. Eu tenho alguma influências em termos de traços e outros estilos, só que a base principal é o shounen. Por que é a maneira como se conta a história, o público direcionado, dentre outras coisas.

S-Você cria as histórias também?
D- Sim, também. Na verdade eu já fui professor de mangá, tanto de roteiro como desenho também. Era particular, fazia quem queria tomar aula comigo.


S- Quais as caracteristicas que você usa em relação a roupa, corpo?
D- Eu uso muitas referências de artistas preferidos meus, que geralmente são de RPG, de playstation. Eu gosto muito de desenhistas como Phinal Pantasi.

S- Qual a maior dificuldade em desenhar um mangá?
D- Tempo. Ás vezes eu acho que o dia devia ter 36 horas.

S-Pra ficar quanto tempo desenhando nestes 36?
D-Olha eu já fui muito, digamos assim: viciado. Eu já cheguei a virar dias, hoje em dia eu não faço mais isso, até mesmo porque tem a faculdade, tem outras coisas pra dá conta.

S- Os seus trabalhos você publica onde?
D- Ultimamente eu publico os trabalhos no orkut. Só que existe uma galeria virtual muito famosa chamada: Deviante, onde não só desenhistas como também fotográfo publicam trabalhos deles lá.

S- O mangá é apenas um hobby ou você tem lucrado com isto?
D-Tenho lucrado. Inclusive eu trabalho como freelancee e agora também eu sou ilustrador. Eu trabalho com uma certa quantidade de exportações por mês, eu exporto pra uma pessoa em São Paulo que exporta pra fora do país.



S- Então seus desenhos já estão famosos pelo mundo?
D- Bom, o único problema é que eu não tenho exclusividade, eu não posso dizer que fui eu que fiz. Mas o dinheiro vem do mesmo jeito.

S- O seu nome não pôder ser divulgado e consequentemente também não ser reconhecido, lhe incomoda?
D-Na verdade não, mesmo porque não é uma área muito do meu interesse. Acho que os meus trabalhso próprios eu vou divulgar por mim mesmo e vou colocar meu nome neles.

S- Você pensa em tornar os seus mangás em anime?
D-Bom, revista é uma realidade palpável. Mas anome é diferente, não existem empresas que criam desenhos animes no Brasil, e os japoneses são muito exigentes, seria como uma chance “um em mil” de uma empresa japonesa escolher um brasileiro.
Poque eles não gostam muito de estrangeiro, nem mestiço.

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