sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Pensar
domingo, 13 de setembro de 2009
Se voce quiser alguem em quem confiar, confie em si mesmo, quem acredita sempre alcanca...
Quem trabalha bem nao amando o que faz? Sendo imposto pelos outros? Isso e o que mais se deve pensar quando se vai escolher uma profissao.
Ha muito tempo que escolhi o curso de jornalismo e a cada dia a realizacao e constante. Ainda bem que nunca me influenciei pelos invejosos que nao tiveram coragem de faze-lo, ou pelas palavaras maldosas.
Nunca desista dos seus sonhos...
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Tudo, tudo ate o talo...
Posso viver outra realidade, nao comer agua e nao dancar ate o talo, mas nao e por isso que falo da letra da musica, gosto nao se discute. Mas penso nas meninas dancando e os pais achando lindo! E depois se queixam da gravidez precoce, do estupro e da violência. Ninguem chega a nehum lugar so dançando ate o talo e "comendo água", né verdade?
Cultura é cultura e a Bahia é festa, mas não é assim que o nosso Estado esta conhecido, mas sim pelas facilidades. Mulher boa e barata, que topa "tudo ate o talo, como quiser!"
Jogo do Brasil na Bahia
Dia atípico? Sim, mas não só pela seleção em Salvador após muitos anos, mas pelas mudanças que o futebol causa nos brasileiros e soteropolitanos. Mais um motivo pra "comer água" numa quarta-feira e assim o Brasil vence o Chile e vai embora e tudo volta ao normal, nossos bolsos são os mesmos, a rotina também, mas a alegria é outra, diante do fato e da vitória.
sábado, 22 de agosto de 2009
Eu nao tenho o mundo pra te dar
sábado, 15 de agosto de 2009
Preciso
A lei da sobrevivencia
domingo, 9 de agosto de 2009
Dia dos Pais
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Reta final
Foram muitos temas pensados nas férias: Pensionatos em Salvador parecia já ter sido definido, mas vendo tv, pesquisando surgiram outros: eutanásia, alzheimer, velhos de rua, opa! Velhos de rua é bom, quem pensa neles? Dá boas fotos. Ah! Mas os seminaristas? O que leva um homem a ser padre? Ficou curioso? Eu também! Mas, e a nova forma de amar de pela internet? Poxa! Tema atual e interessante. Pronto... é assim.
sábado, 1 de agosto de 2009
Mulheres que pegam no pesado
Sorrir
Atracao fatal
Hoje o que eu mais quero...
Hoje o que eu mais quero e sair da redia
Hoje o que eu mais quero e declarar a minha pouca pureza e ingenuidade
Hoje o que eu mais quero e ve essa cara de surpresa!
Hoje o que eu mais quero e declarar toda verdade e pervercidade
Hoje o que eu mais quero e o beijo mais molhado e o sexo mais apimentado
Hoje o que eu mais quero e ve voce morrer de rir e ve outros morrerem de inveja
Hoje o que eu mais quero e ser eu e ter voce!
Novo semestre
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Luis Miranda
E quem disse que é só glamour?
Ilê
Fotos
Brinde
Trabalhador brasileiro
Trabalhador brasileiro é aquele que acorda cedo, vai dormindo no ônibus e acorda na hora de descer do ônibus , o sono já sabe onde deve acordar. Nos ônibus de Salvador todos os dias nos deparamos com vendedores de jujuba, doces, livros, muitos produtos.
Os doces são bons para garganta explica o vendedor, os livros ajudam a passar no vestibular e já tem a nova norma gramatical disponível para todos.
A criatividade destes vendedores encantam e divertem os passageiros. Parábens pela luta e entusiasmo!
Mestre do quadrinho nacional
Berbert de Castro
Dica para férias
Companhia Baiana de Patifária
O Chamado
terça-feira, 28 de julho de 2009
Carrego Comigo
Carrego Comigo a força que nunca sei de onde vem, a esperança e a certeza de que chegarei onde almejo.
Carrego comigo os sonhos mais absurdos e mais difíceis aos olhos de quem não está acostumado a sonhar alto, e a hora da conquista é como se um estádio de futebol se rendesse a frelicidade de um gol, meu coração borbulha por sentir que meus sonhos nunca são em vão.
Carrego comigo a sinceridade, a luta, a firmeza e também a solidão e a fraqueza. O dom de ve as coisas boas nas piores, a luz no escuro e a vitória no improvável.
Carrego comigo a esperança de justiça e igualdade e também a certeza de um reencontro com todos que um dia me fizeram bem.
domingo, 26 de julho de 2009
Lições de vida
terça-feira, 14 de julho de 2009
Trânsito
Violência doméstica
domingo, 5 de julho de 2009
Pingue-pongue
Dannilo, que usa o nome artístico DBKUN (junção do nome com um apelido antigo), em entrevista exclusiva ao site OXENTE OTAKU, fala desta realidade e também sobre a presença do mangá em sua vida.
“(...) seria como uma chance “um em mil” de uma empresa japonesa escolher um brasileiro”.
S- Como surgiu o interesse pelo mangá?
D- A passagem de desenhos animados japoneses na tv influênciou bastante, aí eu sempre assisti, me interessei e desenhar mesmo acho que desde os quatro anos de idade. Só me interresei pelo estilo, a partir de determinado momento.
S- Porque o interesse pela cultura japonesa?
D- Ah! Eu sou apaixonado pelo traço, pela delicadeza do traço. A caracteristica peculiar do traço que é uma coisa bem limpa e bastante artístico. Também porque a cultura é uma coisa completamente diferente do que eu vivo no meu cotidiano.
S- O que você acha que leva os jovens baianos a gostarem desta cultura, tão longe e diferente da nossa?
D-Eu acho que a identificação que o jovem tem com a cultura, a maneira como eles lidam coma vida e tudo mais. Eu acho que o eles se identificam bastante com estas coisas que têm na cultura deles (japoneses) como a culinária. Tem gente que gosta de comer comida crua, essas coisas. (risos). Como os animes mostram este tipo de coisas, os jovens acabam adotando pra eles mesmo.
S- Qual o gênero que você desenha e por que?
D- Eu desenho shounen que são desenhos voltados para um público masculino jovem. Shounen significa menino. Eu tenho alguma influências em termos de traços e outros estilos, só que a base principal é o shounen. Por que é a maneira como se conta a história, o público direcionado, dentre outras coisas.
S-Você cria as histórias também?
D- Sim, também. Na verdade eu já fui professor de mangá, tanto de roteiro como desenho também. Era particular, fazia quem queria tomar aula comigo.
S- Quais as caracteristicas que você usa em relação a roupa, corpo?
D- Eu uso muitas referências de artistas preferidos meus, que geralmente são de RPG, de playstation. Eu gosto muito de desenhistas como Phinal Pantasi.
S- Qual a maior dificuldade em desenhar um mangá?
D- Tempo. Ás vezes eu acho que o dia devia ter 36 horas.
S-Pra ficar quanto tempo desenhando nestes 36?
D-Olha eu já fui muito, digamos assim: viciado. Eu já cheguei a virar dias, hoje em dia eu não faço mais isso, até mesmo porque tem a faculdade, tem outras coisas pra dá conta.
S- Os seus trabalhos você publica onde?
D- Ultimamente eu publico os trabalhos no orkut. Só que existe uma galeria virtual muito famosa chamada: Deviante, onde não só desenhistas como também fotográfo publicam trabalhos deles lá.
S- O mangá é apenas um hobby ou você tem lucrado com isto?
D-Tenho lucrado. Inclusive eu trabalho como freelancee e agora também eu sou ilustrador. Eu trabalho com uma certa quantidade de exportações por mês, eu exporto pra uma pessoa em São Paulo que exporta pra fora do país.
S- Então seus desenhos já estão famosos pelo mundo?
D- Bom, o único problema é que eu não tenho exclusividade, eu não posso dizer que fui eu que fiz. Mas o dinheiro vem do mesmo jeito.
S- O seu nome não pôder ser divulgado e consequentemente também não ser reconhecido, lhe incomoda?
D-Na verdade não, mesmo porque não é uma área muito do meu interesse. Acho que os meus trabalhso próprios eu vou divulgar por mim mesmo e vou colocar meu nome neles.
S- Você pensa em tornar os seus mangás em anime?
D-Bom, revista é uma realidade palpável. Mas anome é diferente, não existem empresas que criam desenhos animes no Brasil, e os japoneses são muito exigentes, seria como uma chance “um em mil” de uma empresa japonesa escolher um brasileiro.
Poque eles não gostam muito de estrangeiro, nem mestiço.
Mangá em solo baiano
A febre japonesa denominada de “mangá” chega ao Brasil e já tem muitos adeptos. O mangá ou manga é a palavra usada para designar as histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês. Vários mangás dão origem a animes, que são os mangás que são exibidos na televisão, em vídeo ou em cinemas.
Os mangás têm suas raízes no período Nara (século VIII d.C.) com a chegada dos primeiros rolos de pinturas japonesas: os emakimono. Eles associavam pinturas e textos que juntos contavam uma história à medida que eram desenrolados. O primeiro desses emakimono, o Ingá Kyô, é a cópia de uma obra chinesa e separa o texto da pintura.
A primeira associação relacionada a mangá, a Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, foi criada em 3 de fevereiro de 1984, o "boom" dos mangás no Brasil aconteceu por volta de dezembro de 2000, com o lançamento dos títulos Samurai X, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco pelas editoras JBC e a Conrad (antiga Editora Sampa).
Os jovens brasileiros estão focados nesta nova “onda”, muitos gostam de desenhar mangá e conseguem até lucrar com este “hobby”. Como é o caso do baiano Dannilo Quadros, 22 anos, que desenha mangá há sete anos. “Ah! Eu sou apaixonado pelo traço, pela delicadeza do traço. A caracteristica peculiar do traço que é uma coisa bem limpa e bastante artístico. Também porque a cultura é uma coisa completamente diferente do que eu vivo no meu cotidiano”, explica Danillo.
O mangá possui vários gêneros desde shoujo (voltado para um público feminino jovem), shounen (voltado para um público feminino jovem), mecha (animes caracterizados por rôbos gigantes, entre outros. Atraves destes genêros e da criatividade do artista que os mangás vêm fazendo uma história de sucesso onde chega.
Japão chega à Bahia
São muitos adeptos e admiradores da arte em Salvador, os jovens soteropolitanos fogem à regra e estendem a bandeira do Japão em solo de muita festa e acarajé.
O estudante de jornalismo, Manoel Arthur, 21 anos, acredita que a cultura japonesa estra chegando a Bahia através dos mangás “mostra que não somos só a terra do axé como de todas as culturas”.
“O mangá propicia um novo olhar aos jovens, estar em contato com outros traços e cultura são importantes para o crescimento e a amadurecimento desta geração, falou a estudante de psicologia, Paloma Alves, 20 anos”.
Ela alerta para que o “hobby” não se transforme em um problema, explica que o jovem deve entender que assim como o vicio em programas de computador o simples lazer de desenhar, também deve ser observado para não virar uma dependência. E ressalta que a pessoa deve entender que o desenho lhe é exterior, para não haver a imaginação de que o individuo é o personagem.
*Confira ainda: A entrevista na integra e o video de Danillo desenhando um mangá.
**e MAIS: Album com desenhos de Dannilo
Os abusos do quarto poder:A atuação da imprensa no caso da Escola Base*
Resumo
Neste artigo foram levantadas algumas questões sobre a cobertura abusiva da imprensa no caso da Escola Base, ocorrido em março de 1994 e com grande repercussão na mídia.
Em seguida retrato o Código de Ética dos jornalistas neste caso (Escola Base) e O Estatuto da Criança e do Adolescente diante também deste fato.
Palavras-Chave: abusos da imprensa, Escola Base, código de ética.
* Este artigo é um trabalho da disciplina Ética.
** Estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge).
1INTRODUÇÃO
A vida em sociedade está intimamente ligada a fatos que viram manchete. Desde acidentes, corrupção, assassinatos, que sempre se assiste na televisão e se lê nas revistas e impressos. Até os casos mais chocantes e que deixam marco e sempre são relembrados pela população.
A mídia mostra o que acontece, e milhões de pessoas assistem no mundo todo, é assim que acontece com notícias consideradas importantes e interessantes. A cada minuto a disputa pela informação em primeira mão aumenta. E então são escaladas equipes para se empenhar no caso novo: produtores, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos batalham a todo instante pela melhor matéria, melhor entrevista, melhor foto, pelo melhor furo de reportagem.
Nesta questão da disputa entre as emissoras, rádios e impressos concorrentes, que a equipe deve ter todo o cuidado para checar informações e pensar muito bem antes de publicar. É neste ponto crucial que a imprensa pode falhar, pela disputa com o tempo e com o concorrente, muitos publicam sem repensar o que estão a divulgar.
A ânsia pela matéria ser a mais comentada no dia seguinte, por vezes faz da mídia que é o “quarto poder”, abusar desta colocação que ocupa e ser sensacionalista para obter ibope. O cuidado com as fontes e principalmente sendo crianças é muito importante, preservar a identidade das mesmas em certos casos é crucial para que a vida destas seja resguardada. Desta forma, o que era pra ser a melhor manchete pode ser alvo de processos por parte das fontes. A informação equivocada gera muitos danos à mídia e aos envolvidos.
Este trabalho é sobre os abusos da imprensa no caso da Escola Base. Caso que se tornou marco e referência para a mídia, de como se devem apurar os casos, e principalmente com quem apurar.
Para abordar este assunto, retomamos ao momento histórico para a imprensa, que é no mês de março, de 1994, quando surgiu um caso que chocou o país: o “caso” da Escola Base. Um escândalo que vai tomando dimensão na mídia brasileira e chega até na imprensa estrangeira. Os jornais daquela época dedicam espaço para o assunto, retratando a cada dia mais informações sobre o caso, informações estas que não são bem apuradas e julga a todo o momento pessoas inocentes.
2 Retomando a março de 1994
O mês de março de 94 é considerado um marco para a imprensa, para o entendimento dos abusos que a mídia cometeu neste “caso” da Escola Base, crucificando inocentes. “Kombi era motel na escolinha do sexo”, é a manchete do jornal Notícias Populares. “Perua escolar carregava crianças para orgia”, manchete do jornal Folha da Tarde.
Para o leitor que vê estas manchetes, com certeza pensa que pessoas muito más e que merecem ser presas cometeram este ato com crianças, serem inocentes e indefesos. A imprensa passa a informação correta, é o pensamento da população atual e a daquela época. Mas a imprensa falhou, e estas manchetes são poucas para representar o tamanho da injustiça.
“Até então Ayres podia se considerar um cidadão anônimo e feliz, que nunca imaginava ver-se conhecido no Brasil e no exterior como Icushiro Shimada, o dono da Escolinha do sexo, uma das sete vítimas dos mais notórios crimes cometidos pela imprensa nacional”. (RIBEIRO, 1995, p.10)
Ayres, esposo de Cida, proprietária da Escola de Educação Infantil Base, no bairro da Aclimação, zona sul de São Paulo é acusado de abuso sexual pela mãe de um aluno. O que muda a vida do casal, que com muito empenho construiu a escola, um sonho de Cida. E afeta também a vida de Paula, prima e sócia de Cida, e também de seu esposo Maurício que ajudou na concretização da idealização de vê a escola pronta.
A acusação surge a partir da conversa que, o garoto ficticiamente chamado de Fábio tem com sua mãe Lúcia. O menino deitado sob a mãe faz movimentos sexuais, o que apavora a mãe que acusa Ayres e os demais inocentes: Paula e Maurício (já citados), Saulo (pai de Rodrigo, colega de Fábio), Mara (mãe de Rodrigo) e o estrangeiro Richard, de estarem cometendo abuso sexual aos alunos.
As acusadoras são Lúcia e Cléa (mãe de Cibele, colega de Fábio), que é procurada por Lúcia. Elas vão ao 6º DP e as crianças são encaminhadas para Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo delito. Obtiveram um mandado de busca e apreensão na casa de Saulo e Mara.
Na casa do casal, nota-se como a polícia é amadora, por permitir que as crianças vejam fotos de Saulo, sendo que deveriam ser isoladas para depois haver reconhecimento. Diante dos erros da polícia, agora começam a ser somados os erros e abusos da imprensa. Com feriado da Páscoa, o caso que tinha sido exposto até então de maneira correta pela mídia, vem à tona de uma maneira sensacionalista. A sensação é que sem notícia, o melhor era focar na notícia da Escola Base, por ser notícia de impacto.
Sem muitos indícios do caso ser real ou não, a TV Globo, usa a imagem e desabafo das mães das possíveis vítimas. Os relatos transformam os acusados antes da hora em monstros, não sendo nem um pouco equilibrada.
A TV Cultura fez uma entrevista com um dos garotos, tomando as acusações como verdade e induzindo as respostas da criança. A Rede Cidade da TV Bandeirante fez uma entrevista com o delegado que está apurando o caso, com perguntas ambíguas e desejo precipitado de punição.
Os impressos pecavam por omitir informações importantes: que a casa de Saulo e Mara foi revistada de surpresa, e nada foi encontrado. O testemunho do chefe de Saulo que favorecia aos acusados, também não foi divulgado.
Com tamanha atenção da mídia para o caso, outros pais surgem com acusações absurdas, sendo que depois estes acusadores se contradizem diante dos relatos anteriores, porém são mais fatos relatados pela mídia como verdadeiros. Os jornalistas já perdiam também a preocupação com a exatidão das informações publicadas. E agora as acusações são de que a escola drogava as crianças, e também a possibilidade das crianças terem contraído AIDS.
Até que Richard, o estrangeiro que mora no Brasil é o mais novo vilão da história. Refém da má conduta policial e da imprensa. E os jornalistas além de tudo, tomavam as declarações em off como verdadeiras, sendo que o procedimento correto seria publicar a informação somente se confirmada pelo depoimento de pelo menos outras duas pessoas, que poderiam ser preservadas. O jornal Folha da Tarde, por sua vez revelou uma fonte, tendo um comportamento ético questionável, já que traiu um compromisso de sigilo com a mesma.
Segundo Pedicini (1995, p152) “desse episódio tira-se a conclusão de que o maior vício da imprensa não é somente basear-se em declarações oficiais. No momento de sua prisão os jornalistas acreditaram, sim, na versão oficial, mas somente porque a história era interessante para a venda de seus jornais.”
Por fim, todos os acusados são declarados inocentes sob arquivamento do caso. A imprensa se redime, enchendo páginas dos impressos de matérias inocentando os acusados, porém o maior estrago da mídia já havia sido feito: o “caso da Escola Base”. Este foi o maior caso de erro e falta de ética na imprensa brasileira na falsa acusação de pessoas inocentes.
3 O Caso Escola Base e o Código de Ética dos Jornalistas
De acordo com o Código de Ética dos jornalistas, o caso da Escola Base não cumpriu a muitas determinações deste. Segundo o capítulo I (Direito a Informação), do art 2º do código: “a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas”. As informações divulgadas no caso da Escola Base não foram nem um pouco precisas e corretas.
O artigo 2 afirma ainda que “a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público”. A partir do momento que os jornalistas expõem informações que não são bem checadas, logo não são verdadeiras e procuram atingir o interesse público de uma forma alarmista e sensacionalista, é mais uma vez antiético.
O Capítulo II (Da conduta profissional do jornalista), artigo 5º: “é direito de o jornalista resguardar o sigilo da fonte”. No caso da Escola Base, o off foi muito utilizado, porém de maneira equivocada como já foi explicado. O jornal Folha da Tarde revelou uma fonte, tendo um comportamento ético questionável, já que traiu um compromisso de sigilo com a mesma. Quando o jornalista afirma pra fonte que o nome ou imagem da mesma não será exposto e descumpre com o acordo, está indo contra o código. Neste caso inclusive a integridade física da fonte é posta em risco.
O capítulo III (Da responsabilidade profissional do jornalista), artigo 12, deixa claro que se “deve buscar provas que fundamentem as informações de interesse público”. Na falta de provas o caso da Escola recorre apenas a opiniões e desabafos dos acusadores.
Em manchetes dos jornais os acusados são tratados como culpados e da pior maneira possível, desta forma os jornalistas descumpriram com o código de ética que deixa claro que se deve tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar.
Sendo assim a mídia que em 1994 apurou o caso da Escola Base e descumpriu a várias normas do código está sujeita às penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação. Como deixa claro o próprio código.
4 O Caso Escola Base e o Estatuto da Criança e do Adolescente
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a proteção integral à criança e ao adolescente. No caso da Escola Base muitas normas previstas no Estatuto foram descumpridas, visto que, as crianças foram expostas na mídia dando entrevista, além de darem declarações à polícia e irem aos suspeitos locais do crime sem o acompanhamento de psicólogos.
As crianças foram expostas ao constrangimento e terror, como afirma o capítulo II (Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade), art. 18 do Estatuto: “é dever de todos velarem pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.
As crianças cuja família acusava os funcionários da Escola, tanto Rodrigo filho do casal: Saulo e Mauro que viu os pais serem ofendidos passaram por tamanha irresponsabilidade da polícia, órgão que deve zelar pela integridade física e também emocional dos cidadãos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o levantamento teórico realizado, percebe-se que a imprensa que deve transmitir a informação correta, ouvir os dois lados de um caso, expor para o telespectador ou leitor a situação e não tomar um lado como verdadeiro e divulgar o que julga como certo sem provas.
O caso da Escola Base retratado neste artigo trouxe a tona o Código de Ética dos jornalistas que foi brutalmente ofendido pela imprensa de 94 que agiu contra muitos preceitos deste. O Estatuto da Criança e do Adolescente também mostra como a mídia agiu de maneira irregular com as crianças deste fato que eram vítimas de abuso sexual segundo acusações.
Notamos a polícia por vezes sem experiência para apurar o caso e fazendo da mídia uma parceira para se destacar. Pessoas envolvidas diretamente e indiretamente no caso (parente dos acusadores, por exemplo) dão declarações e depois às desmentem, demonstrando que a massa queria participar de um caso grave sem atitudes éticas.
Diante deste acontecimento considerando marco na história da mídia brasileira, podem ser retiradas várias amostras de como a imprensa não deve agir, para evitar processos e preservar a vida de inocentes.
REFERÊNCIAS
RIBEIRO, Alex. Caso Da Escola Base: os abusos da imprensa: Ática , 1995.
domingo, 28 de junho de 2009
A cobertura da imprensa escrita de Salvador em relação aos crimes que os PMs cometem.
Orientadora: Profª. Bárbara Conceição
1.0 INTRODUÇÃO
Diante da necessidade de entender como os jornais Correio da Bahia e A TARDE, dos dias 16/08/07, 16/01/08, 22/01/08 e 1º/02/08 enquadram as matérias que abordam os crimes que os PMs cometem, estudamos o conceito de enquadramento na visão do autor Mauro Porto.
Buscamos entender como estes policiais são tratados, vítimas ou vilões? Eles têm alguma voz nestas matérias? São procurados para expor a sua opinião?
A pesquisa será realizada na sede dos jornais através de entrevista feita com os editores dos veículos e também através da análise das matérias, já citadas, que escolhemos analisar. O objetivo desta entrevista é entender em que estes jornalistas se baseiam para e elaboração das matérias, ou seja, se há questões objetivas e/ou subjetivas.
Sendo o objeto analisado o policial que é acusado de crimes. Diante de tal situação contemporânea este objeto de estudo faz-se interessante para compreender as circunstancias atuais, os porquês dos PMs estarem sempre nas manchetes.
Justificativa
Levando em consideração a importância do assunto: como é a cobertura da imprensa escrita de Salvador em relação aos crimes que os PMs cometem, torna-se relevante explanar qual o enquadramento que os jornais analisados, Correio da Bahia e A TARDE dá a este tema.
A análise de como este assunto é tratado por ambos os jornais é de total relevância por que desta forma é possível perceber como os policiais são vistos em casos que cometem crimes, são tratados como vítimas ou vilões?
Tal temática é essencial no universo jornalístico para repensarmos que tipo de enquadramento esta sendo dado a este conteúdo. Será que a forma pela qual os jornais impressos tratam os policiais já transmite uma visão de culpabilidade, de julgamento? É fundamental refletir nestes questionamentos.
Objetivos
Objetivo Geral: Compreender como se dá a cobertura escrita de Salvador em relação aos crimes que os PMs cometem.
Objetivos Específicos:
Verificar a linguagem utilizada por ambos os jornais
Analisar as imagens que ambos utilizam
Verificar nos jornais há presença de alguma chamada sobre a matéria na capa do jornal.
Observar a existência de versões dos PMs nas matérias
Procedimentos metodológicos
O método utilizado na pesquisa será de caráter qualitativo baseado na investigação exploratória, utilizaremos procedimentos técnicos do tipo pesquisa de campo, iremos nos basear em entrevista semi estruturada como técnica de coleta de dados , fazendo uso de um gravador analógico para colher as informações, tendo as entrevistas duração de cerca de meia hora cada.
A seleção das matérias analisadas foi feita sem pressupostos quanto aos dias, utilizamos apenas como método de seleção as manchetes das matérias. A equipe fez uso de uma tabela comparativa com intuito de facilitar a análise das matérias de ambos os jornais. (apêndice b).
A entrevista será realizada na sede dos jornais: Correio e A TARDE na cidade de Salvador, com os editores que são responsáveis pela produção das matérias. Vamos procurar entender de que forma os editores estão produzindo as matérias. Será utilizado um termo de consentimento à fim de manter a integridade moral dos participantes e o sigilo.
2.0 REVISÂO DE LITERATURA (CAPÍTULO TEÓRICO)
I Capítulo
Conceito de Enquadramento na visão do autor Mauro Porto
A análise proposta de dois veículos noticiosos, os jornais Correio da Bahia e A TARDE consiste em observar o enquadramento através da linguagem utilizada, as fotos, manchetes, citações, declarações, para assim perceber diferenças e semelhanças no enquadramento, para desta forma entender como cada um emoldurou os crimes cometidos por policiais militares. Qual o tipo de enquadramento, ou seja, qual o perfil de enquadramento adotado por tais impressos, qual a intenção do jornal em usar determinado tipo de enquadramento.
Tratando deste assunto, pretendemos analisar em detalhes na visão do autor, Mauro Porto, o conceito de enquadramento, utilizando assim a sua obra sobre o assunto. Para o autor Mauro Porto, o conceito de enquadramento consiste em uma pesquisa sobre os efeitos da mídia. Apesar do paradigma “enquadramento” (framing) encontrar-se em estado embrionário, suas aplicações têm dinamizado o campo da comunicação política, oferecendo uma nova perspectiva para entender o papel da mídia.
O autor diz que o enfoque tradicional é insuficiente para o estudo da relação entre mídia e política, contribuindo para tornar invisíveis diversos aspectos importantes desta relação. As limitações do "paradigma da objetividade" têm sido cada vez mais reconhecidas e autores têm proposto conceitos como o de enquadramento como alternativa. Mauro Porto diz que os pesquisadores passaram então a examinar como a cobertura da mídia afeta tanto "sobre o que" o público pensa (o primeiro nível de agendamento) e também "como" o público pensa sobre estes temas (o segundo nível de agendamento).
Desta forma, o autor destaca que o paradigma do agenda-setting elaborado por McCombs e Shaw, que consiste em explicar as pessoas o que pensar, o que foi criticado por Porto por achar que esta teoria não considera como as diferentes formas de apresentação dos temas pela mídia podem afetar o processo de formação de preferências temáticas da audiência.
Segundo Porto, para ultrapassar essas deficiências, os próprios proponentes da teoria da agenda-setting têm recorrido ao conceito de enquadramento para se referir a um “segundo nível dos efeitos”, o como pensar, ou seja, como o público pensa sobre tais temas (os temas propostos pela mídia).
Além de constituir um paradigma alternativo para a abordagem da objetividade, o conceito de enquadramento tem contribuído também para dizimar perspectivas teóricas existentes. “Portanto, o conceito de enquadramento tem sido definido tanto como alternativa a paradigmas em declínio, como também um complemento importante para cobrir lacunas de teorias existentes” (PORTO, 2002, p.3, grifo nosso).
Tal autor deixa claro que apesar do uso do termo, conceito, de enquadramento nos estudos sobre processos de comunicação, as primeiras revisões sistemáticas da literatura sobre enquadramento sugerem que ainda existe uma falta de clareza nos diversos usos do conceito e que muito precisa ser feito para se desenvolver uma teoria abrangente e coerente.
“Ainda não existe, portanto, uma definição consensual sobre o que sejam os enquadramentos da mídia. É possível, todavia, identificar seus aspectos principais através dos estudos já realizados” (PORTO, 2002, p.4).
De acordo com Mauro Porto a utilização do conceito de enquadramento por acadêmicos brasileiros expandiu-se nas pesquisas realizadas sobre a eleição presidencial de 1998.
“Vários autores recorreram ao conceito para ressaltar como a mídia construiu um cenário favorável à reeleição de Fernando Henrique Cardoso, principalmente no que se refere à cobertura da crise econômica que o país atravessava no período eleitoral” (PORTO, 2002, p.12).
Porto frisa que além de trabalhos sociológicos, o campo da psicologia cognitiva constitui outra fonte importante do conceito de enquadramento. O autor toma como base que na psicologia, o conceito ganhou proeminência através dos estudos conduzidos por Kahneman e Tversky (1984,1986) que demonstram como mudanças na formulação de problemas podem causar variações significativas nas preferências das pessoas.
Mauro Porto analisou o experimento feito por Kahneman e Tverky em que estes pedem para os participantes imaginarem que os Estados Unidos estavam se preparando para a eclosão de uma epidemia de uma doença estranha proveniente da Ásia que deveria matar 600 pessoas.
Kahneman e Tverky pedem as pessoas para optar entre dois programas que teriam sido propostos para combater a doença. Para um grupo de pessoas, o primeiro programa é apresentado como que salva 200 pessoas, enquanto que para o outro grupo o mesmo programa é apresentado como provocando a morte de 400 pessoas.
Apesar do fato de que as alternativas são idênticas (em um universo de 600 possíveis mortes, salvar 200 pessoas ou provocar a morte de 400 é a mesma coisa) o primeiro programa foi o escolhido por 72% das pessoas do primeiro grupo e somente 22% do segundo.
Porto conclui através deste experimento que, apesar de problemas serem idênticos, as pessoas frequentemente decidem de acordo com a forma como os temas são enquadrados. Assim, escolhas envolvendo ganhos (“200 pessoas serão salvas”) tendem a rejeitar riscos, enquanto que escolhas envolvendo perdas (“400 pessoas irão morrer”) tendem a estimular as pessoas a assumir mais riscos.
Para Porto os efeitos de formulação podem ocorrer sem ninguém ter consciência do impacto do enquadramento adotado nas decisões e podem ainda ser explorados para alterar a atratividade relativa das opções. O autor chega a conclusão que enquadramentos são, portanto, importantes instrumentos de poder.
Não é possível, nem desejável, construir uma teoria abrangente ou única definição que tende dar conta de todos os aspectos tratados pelos estudos sobre os enquadramentos da mídia. Porto afirma que para esclarecer o conceito, é preciso especificar os diferentes níveis de análise e, como conseqüência, definir mais claramente os diversos tipos de enquadramento (PORTO, 2002, p.14).
Para o autor a distinção entre dois tipos fundamentais de enquadramento é essencial para evitar a confusão que tem caracterizado as aplicações do conceito. Porto distinguiu dois tipos principais de enquadramento: os enquadramentos noticiosos e os enquadramentos interpretativos. Sendo assim, para Porto:
Os enquadramentos noticiosos são padrões de apresentação, seleção e ênfase utilizados por jornalistas para organizar seus relatos. Nesta categoria, está o ‘enquadramento de interesse humano’, que focaliza a cobertura em indivíduos, ou o ‘enquadramento episódico’, com sua ênfase em eventos (PORTO, 2002, p.15).
“No plano da cobertura de eleições, por exemplo, estariam nesta categoria o “enquadramento corrida de cavalos” (horse race frame), ressaltando, respectivamente, o desempenho dos candidatos nas pesquisas e suas propostas programáticas’” (PORTO, 2001 c, p.15).
Uma característica importante dos enquadramentos noticiosos é o fato de que eles são resultados de escolhas feitas por jornalistas quanto ao formato das matérias, escolhas estas que têm como conseqüência a ênfase seletiva em determinados aspectos de uma realidade percebida.
Os enquadramentos interpretativos operam em um nível mais específico e possuem uma independência relativa em relação aos jornalistas que os relatam. Porto define assim, os enquadramentos interpretativos como padrões de interpretação que promovem uma avaliação particular de temas e/ou eventos políticos, incluindo definições de problemas, avaliações sobre causas e responsabilidades, indicação de tratamento, etc (PORTO, 2002, p.15).
Estas interpretações são promovidas por atores sociais diversos, incluindo representantes do governo, partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos, associações profissionais, etc. Apesar de jornalistas também colaborarem com seus próprios enquadramentos interpretativos ao produzir notícias, este tipo de enquadramento tem origem geralmente em atores sociais e políticos externos à prática jornalística. Trata-se de interpretações provenientes de um contexto mais amplo que podem ser ou não incorporadas pela mídia (PORTO, 2002, p.15).
Uma diferença entre os dois tipos de enquadramento se refere, portanto, à sua fonte. Em geral, os enquadramentos noticiosos são criados por jornalistas e os interpretativos são elaborados por atores políticos e sociais. O autor frisa que se faz necessário no estudo dos enquadramentos interpretativos identificarem as avaliações apresentadas pelas fontes que são citadas pelos jornalistas.
Para Porto um primeiro passo na análise de enquadramentos é, portanto, a definição do nível em que se está trabalhando (enquadramento noticioso ou interpretativo). Isto não significa, todavia, que pesquisadores não possam trabalhar nos dois níveis simultaneamente.
O autor destaca ainda que o conceito de enquadramento permita entender o processo político como uma disputa sobre qual interpretação irá prevalecer na formação, desenvolvimento e resolução de controvérsias políticas. O conceito permite ainda ressaltar como estas controvérsias se desenvolvem não através da apresentação de “fatos” ou “informação”, mas sim através de interpretações que são utilizadas para avaliar estes eventos ou temas políticos.
Ao identificar as principais controvérsias entre enquadramentos, é importante destacar que atores sociais distintos possuem capacidades diferenciadas para influenciar os processos de enquadramento da mídia.
Para Mauro Porto, enquadramentos não se referem apenas a processos de manipulação, mas são parte de qualquer processo comunicativo, uma forma inevitável através da qual atores faz sentido de suas experiências.
O autor recomenda que o pesquisador analise não só os enquadramentos dominantes ou de grupos influentes, mas também inclua as interpretações promovidas ou de oposição, inclusive aquelas que são excluídas pela mídia. A análise deve explicitar ainda as razões que levam ao predomínio de certos enquadramentos em detrimento de outros.
Na pesquisa que realizei sobre a produção e recepção dos enquadramentos do Jornal Nacional, ressaltei, através de entrevistas com os principais editores e produtores do telejornal, os fatores que fazem com que alguns enquadramentos interpretativos predominem no noticiário. Entre estes fatores estão rotinas profissionais (escassez de tempo, acessibilidade de fontes, etc), as características da audiência e as posições políticas da própria empresa e dos jornalistas” (PORTO, 2001 b, capítulos 7 a 9, p.18).
Para Porto os estudos de enquadramento deparam-se com a debilidade de ausência de métodos sistemáticos para a análise de conteúdo da mídia. É preciso, portanto, desenvolver métodos de análise mais sistemáticos e menos subjetivos.
O autor vê como melhor solução adotar um enfoque integrado que inclua tanto uma análise de conteúdo quantitativa, quanto uma análise textual de evidência mais qualitativa. Para superar tal debilidade Porto propôs em outro trabalho uma classificação sobre a “forma” das mensagens televisivas. Uma primeira distinção desta classificação diz respeito à presença ou ausência de mais de um enquadramento nos segmentos do conteúdo da mídia.
Assim, segmentos restritos são aqueles que incluem um único enquadramento interpretativo sobre um evento ou tema político, enquanto que segmentos plurais incluem mais de um enquadramento.
Os segmentos plurais por sua vez podem ser subdivididos em ‘plurais-fechados’, onde um dos enquadramentos é privilegiado ou enfatizado, e ‘plurais abertos’, onde nenhum enquadramento é apresentado como mais válido ou verdadeiro. Sendo assim, segmentos com uma forma episódica não incluem enquadramentos interpretativos, adotando um estilo mais descritivo da reportagem” (PORTO, 2001 b, p.19).
Esta classificação da forma dos segmentos de conteúdo da mídia permite identificar como, ao mesmo tempo em que apresenta certa diversidade de enquadramentos, a mídia contribui para privilegiar determinadas interpretações hegemônicas da realidade, especialmente aquelas promovidas pelas fontes oficiais do governo.
Além disso, esta classificação permite analisar de forma mais sistemática a recepção e os efeitos dos enquadramentos da mídia. Através de experimentos controlados com moradores do Distrito Federal, demonstrei que quando notícias do Jornal Nacional adotavam uma forma restrita, com um único enquadramento interpretativo, um número maior de pessoas interpretava o evento ou tema político tratado na reportagem de acordo com este enquadramento dominante. Por outro lado, quando expostos a segmentos plurais, as pessoas têm acesso a um conjunto mais amplo de interpretações e desenvolvem entendimentos mais variados sobre a política (PORTO, 2001 b, capítulos 8 e 9, pp. 19/20).
Em sua obra o autor Mauro Porto deixa claro, por fim, que procura demonstrar a importância de um novo paradigma, baseado no conceito de enquadramento, para o campo da comunicação política.
Para ele, apesar dos diversos problemas que ainda caracterizam os estudos desta tradição, o novo enfoque teórico oferece uma sólida alternativa para paradigmas em declínio ou contribui para superar algumas das lacunas mais importantes das teorias existentes.
Na obra, Porto procura apresentar algumas sugestões preliminares para o desenvolvimento de marcos teóricos e pesquisas empíricas mais claras e sistemáticas a partir do conceito de enquadramento.
O desenvolvimento destas pesquisas torna-se ainda mais importante considerando a relação estreita entre os enquadramentos da mídia, os processos de deliberação política dos cidadãos, e a própria viabilidade de um sistema genuinamente democrático.
Através das explanações do autor podemos citar o caso de estudo que a equipe analisa com a intenção de desenvolver o conceito enquadramento. Buscando responder ao questionamento: “Como os jornais impressos de Salvador enquadram os crimes que os PMs cometem?” (os PMs podem se pronunciar, os jornais tentam justificar os crimes, destacando baixos salários? Polícias vítimas ou vilões?).
Observando as reportagens já selecionadas (seleção feita com base nas manchetes, no tipo de caso), percebemos que o tipo de enquadramento que Mauro Porto explica como noticioso se encaixa no perfil dos jornais observados até então, visto que o enquadramento noticioso é o resultado de escolhas feitas por jornalistas quanto ao formato das matérias, escolhas estas que têm como conseqüência a ênfase seletiva em determinados aspectos de uma realidade percebida.
Assim, nos casos envolvendo os PMs percebemos desde já que a polícia já é rotulada na manchete das reportagens como vilã, em alguns casos não tendo a chance de se pronunciar. Um exemplo é a matéria do Correio da Bahia (01/02/08) que traz na manchete “Casa de PM assassino incendiada por vizinhos”.
A sociedade e a mídia já têm o estereótipo de que a polícia soteropolitana não dá segurança. Desta forma os jornalistas frisam este tema em suas publicações, utilizando fotos em que as vítimas (população) aparecem em momentos dramáticos e íntimos, como em um velório, causando assim comoção a quem vê, dando a visão de que o policial é o vilão da história, muitas vezes, ou seja, com freqüência inclusive este não se pronuncia, não há a oportunidade do policial se expressar.
O jornal ATARDE, do dia 16/01/08, analisado pela equipe possui o enquadramento noticioso, de interesse humano, que foca a cobertura em indivíduos, explanado por Porto. Dentro de uma realidade percebida o jornalista opta por focar determinados aspectos, mostrando inclusive parcialidade, como percebe-se no olho da reportagem: Moradores da comunidade do Pelaporco denunciam execução de Djair Santana, 16. Polícia militar fala em “defesa”.
O uso das aspas na palavra defesa demonstra que, na visão do A TARDE, o policial tem grande chance de ser o culpado, mas também pode ter o sentido de legitima defesa.
E qual o motivo deste tipo de enquadramento? Seria o governo? Seria a intenção do jornal mostrar-se junto a população?
Como o autor explica, o segundo nível dos efeitos consiste no enquadramento, assim os pesquisadores passaram a avaliar “como o público pensa os temas”, além de continuar avaliando o primeiro nível de agendamento: “sobre o que o público pensa”.
Assim, a equipe procura avaliar o enquadramento que a mídia impressa de Salvador dá aos crimes cometidos por PMs. Desta forma analisando fotos, legendas, manchetes, uso de metáforas, citação, declarações, ou seja, a linguagem do material selecionado com intuito de perceber se há nas reportagens analisadas uma linguagem técnica, se há subjetividade, para assim identificar o enquadramento adotado e opor que, se há normas pra tal.
O material selecionado consiste nas matérias do jornal A TARDE, como: Outra família do Calabetão sofre com ameaças de PMs, PM mata jovem e ônibus é incendiado, PM é alvo de novo protesto, Casa de policial é incendiada. No período de 16/08/2007, 16/01/2008, 22/01/2008 e 1º/02/08. Matérias do jornal Correio da Bahia: Pedreiro executado no Calabetão é sepultado, Adolescente é executado por policiais militares, Parentes e amigos de adolescente morto exigem justiça, Casa de PM assassino incêndiada por vizinhos. No período de 16/08/2007, 16/01/2008, 22/01/2008 e 1º/02/08).
Como já foi citado neste capítulo o autor estudado, Mauro Porto, propõe que na análise do enquadramento defina-se o nível de enquadramento que se estudará: noticioso ou interpretativo, sendo que nós pesquisadores podemos trabalhar nos dois simultaneamente.
Assim, a equipe acredita que no tema que se propôs estudar é pertinente a utilização do tipo de enquadramento noticioso, visto que podemos nos ater a questão de ser uma escolha do jornalista quanto ao formato da matéria, escolhas estas que têm como conseqüência a ênfase seletiva em determinados aspectos de uma realidade percebida.
Observaremos assim como os jornalistas dos veículos analisados optaram por conduzir a matéria, se houve uma seleção, ou seja, explanação maior de algo em detrimento de outro, com qual intenção e por quê.
3.0 ANÁLISE DAS MATÉRIAS (PARTE EMPÍRICA)
Esta etapa do projeto investigativo consiste na explanação do que contém nas matérias analisadas (manchetes, olho, subtítulo, chapéu, fotos, declarações) dos jornais Correio da Bahia e A TARDE do mesmo período. Ao final da explanação das matérias há uma comparação entre as mesmas, possibilitando ao leitor perceber como cada veículo enquadrou o caso.
O jornal A TARDE, do dia 16/08/07, não traz o assunto na capa. Não há declarações dos PMs acusados deste caso, mas há declaração indireta dos PMs em um caso que a reportagem relembra.
A matéria tem como manchete Outra família do Calabetão sofre com ameaças de PMs. Traz no olho: Extermínio- Policiais foram denunciados por execução em Abril.Enterro de vitima do crime de anteontem foi em clima de revolta.
O lead explica que houve o sepultamento do pedreiro Rodson da Silva Rodrigues (terceira vítima de execução) que foi um momento de dor e revolta para os parentes e amigos. No mesmo período entidades de defesa dos direitos humanos iniciavam uma imensa mobilização para, além de cobrar agilidades na apuração deste caso, chamar atenção para outra família da comunidade que se encontra em situação semelhante, de vulnerabilidade – os parentes do ajudante de pedreiro Marcus Vinicius Santos Andrade, de 20 anos, morto em Abril por uma equipe da Policia Militar. Os PMs do caso Marcus Vinicius, já chegaram a ser presos, mas estão soltos, negaram culpa, dizendo que a ação foi legitima, porque “atendeu aos anseios da comunidade”.
Nota-se no lead desta matéria que o repórter lembra um caso semelhante (o caso do ajudante de pedreiro Marcus Vinicius Santos Andrade) com intuito de esclarecer ao leitor que casos como estes estão sendo constantes e precisam de atenção por parte de todos.
A primeira foto traz a perplexidade das pessoas que acompanhavam o sepultamento, tendo a imagem de uma mulher, possivelmente parente, que aponta a mão para a câmera do fotografo no momento que a foto foi feita, como um pedido de justiça.
A legenda desta foto - Comoção marcou o sepultamento de Rodson da Silva Rodrigues, morto anteontem, junto com companheira e entiado, no Calabetão.
A reportagem traz mais duas fotos: Tânia Cordeiro (Fórum de Combate a violência) e de Borges (Movimento Negro) e também a foto da mãe de Marcus Vinicius, outra vitima.
A matéria como um todo retrata a morte do pedreiro Rodson da Silva, relembrando também um outro caso. Fala da dor e revolta no sepultamento e também do pedido de proteção ao Estado, por parentes. Traz ainda um quadro Memória, relembrando o outro caso do ajudante de pedreiro Marcus Vinícius Santos Andrade, de 20 anos, morto em Abril por uma equipe da Policia Militar, também no Calabetão. Esta mesma matéria traz ainda mais dois títulos: “Dor e revolta marcam sepultamento” e “Parentes pedem proteção ao Estado”.
Declarações utilizadas na matéria de forma direta ou indireta:
“Vizinhos confirmaram, ontem, a reportagem que ações violentas de militares são freqüentes. Segundo os moradores ouvidos, não raro os PMs invadem casas e agridem quem estiver no caminho”.
“Acontecem todos os dias em Salvador. Não podemos permitir que isso continue acontecendo”. (Hamilton Borges- Movimento Negro).
“Imagine se as pessoas começarem a temer denunciar os responsáveis pelos crimes contra os parentes. Não podemos apostar na impunidade” (Tânia Cordeiro- Fórum de Combate a Violência).
O jornal Correio da Bahia, do dia 16/08/07, não traz o assunto na capa.
Traz a seguinte manchete Pedreiro executado no Calabetão é sepultado. Traz ainda o chapéu Chacina.
A matéria afirma a ocorrência da chacina cometida por quatro PMs. Existe a possibilidade da família ter tido acesso as drogas. Porém, há suspeita dos próprios PMs terem plantado as drogas.
A foto mostra a família em forte comoção em volta da vítima, no sepultamento. Esta foto permite vê um pouco da vítima que esta morta.
A legenda da foto- Rodson Rodrigues foi enterrado no Cemitério de Quinta dos Lázaros.
Declarações: “Meu irmão estava no lugar errado e na hora errada. Tudo por que sua mulher denunciou PMs”. (Robson Rodrigues, irmão da vitima).
*Comparação entre o A TARDE e Correio do dia 16/08/07: Ambos os jornais não trazem o fato na capa e mostram os PMs, até então acusados, como culpados. O jornal A TARDE estende muito mais o fato em relação ao Correio, que traz o assunto em apenas um coluna da página. O A TARDE traz o assunto em uma página inteira, recorda um outro caso, fazendo um paralelo entre os acontecimentos, diferente do Correio.
A linguagem do A TARDE é mais dramática, apelativa, sendo a do Correio mais voltada a técnica, a formalidade.Diagnosticamos tal fato, por exemplo, no termo “comoção”, e na maneira descritiva e apelativa utilizada pelo jornal A TARDE. Ambos os jornais não trazem citações dos acusados.
A manchete do A TARDE é uma alerta para a população, já que, é frisado o fato de ser mais uma vítima. A impressão que se tem é que nas entrelinhas desta manchete o editor quer dizer que casos como este estão sendo constantes, tomando proporções, um alerta mesmo ao leitor.
O Correio traz declarações dos parentes, enquanto o A TARDE traz declarações também de parentes, e além destas de pessoas responsáveis pelo Movimento Negro e também responsável pelo Fórum de Combate a Violência. Os acusados não têm “voz” em ambos os jornais.
Quanto às fotos utilizadas, o Correio traz a tristeza e o desespero dos familiares, o foco utilizado da pra vê o morto no caixão. O A TARDE traz mais de uma foto, a do sepultamento difere do outro jornal por não mostrar bem a vitima no caixão. O interessante nesta foto é a mãe da vítima que aponta para a câmera, como um pedido de justiça.
As legendas utilizadas por ambos os jornais são diretas. O ATARDE traz o termo “comoção”, chama atenção para o tipo de sentimento presente no enterro, tal fato é notavelmente enfatizado. Percebe-se o apelo desta palavra na legenda.
Como notamos ambos os jornais não trazem o assunto na capa. Segundo o editor do jornal A TARDE o motivo é: “Na primeira página há uma editoria específica, tem um cara, que é o secretário de redação, chama-se Paulo Oliveira. Ele só fecha a primeira página. A função dele é pegar todo o material do jornal: economia, política, esporte e avaliar as matérias levando em consideração aspectos comerciais como também, a manchete boa”, afirma ele.
A editora do Correio expõe a mesma opinião: “A seleção é feita pela relevância do assunto. Se a linha editorial do jornal não é voltada para a questão policial, a capa tem que exprimir isso. Ou seja, a primeira página é uma síntese da edição, você concorda? Então, como não pode mostrar todos os assuntos, prioriza como chamadas (aquele resumo com a indicação da página) apenas os principais assuntos”, explica a editora.
Tipo de enquadramento utilizado pelo A TARDE é subjetivo, mostra que o editor acolheu a causa, tanto que deu grande destaque. Assim o A TARDE utilizou enquadramento noticioso, de interesse humano, que foca a cobertura dos indivíduos, na vítima, com intuito de mostrá-las a sociedade, como se dissesse você pode ser o próximo se esta situação não mudar.
Tipo de enquadramento utilizado pelo Correio é Noticioso episódico, trata do assunto como um evento, algo corriqueiro, diário, com uma visão mais subjetiva.
O jornal A TARDE, do dia 16/01/08, fala na capa sobre a matéria
Capa- Traz o olho - Violência: Protesto em Sete Portas contra policiais militares termina com mulher baleada. A manchete diz: PM mata jovem e ônibus e incendiado.
Declaracao – “Manifestação com ônibus incendiado e um precedente perigoso”. (Carlos Costa Gomes, mestre em Segurança Publica e professor).
A chamada a respeito do assunto na capa: Fala que os moradores da comunidade da Pelaporco, em Sete Portas, incendiaram um ônibus, sendo o ato de vandalismo uma reação ao assassinato de Djair Santana de Jesus, 16 anos, morto por policiais do Batalhão de Choque da PM. Informa ainda que o comando da corporação alega que Djair trocou tiros com os policiais. Ainda no protesto a tia da vitima foi baleada nas nádegas.
Na capa há duas fotos. 1- foto do ônibus totalmente destruído pelo incêndio. Legenda: O ônibus da Expresso Vitória ficou destruído. O prejuízo, segundo a empresa, e de cerca de R$ 150 mil.
Foto 2- A mãe com a foto da vitima em suas mãos e ao lado, no mesmo quadro, a foto do ônibus incendiado. Legenda: Djane mostra a foto do filho Djair. A morte dele gerou o 1 protesto com ônibus queimado, em Salavador.
A matéria em si traz o intertitulo: Violência: Moradores da comunidade do Pelaporco denunciam execução de Djair Santana, 16. Polícia Militar fala em “defesa”.
A manchete traz: Revolta por morte de garoto. O texto da matéria fala da morte do menino Djair que desencadeou na revolta de moradores. Trata da acusação que a comunidade faz a um PM, de que este teria matado o menino Djair. A matéria é completa, abora detalahdamente o assunto através dos intertitulos: Projeto Axé, Versão da PM. A diagramaçõ do jornal traz uma foto do menino Djair, 3X4 em contraste com policias. A legenda diz: Policial entre manifestantes que protestaram pela morte do adolescente Djair Santana, atingido por tiros disparados por PMs no Pelaporco.
Ao lado da foto há um mapa que explica onde esta localizada a comunidade e um quadro que explica o nome oficial da mesma. Ainda nesta matéria há outro título: Incêndio a ônibus como protesto abre precedente na capital baiana. Trata dos protestos da população em relação a falta de segurança. E traz o intertitulo: Queixas.
Há uma entrevista pingue-pongue com a mãe do menino, Dejane Santana, com o titulo: Se fosse filho de barão era diferente.
Declarações encontradas na matéria: “Djair correu na direção de casa quando ouviu tiros”. (Testemunha).
“Assim que chegaram foram recebidos a tiros por um grupo de cinco jovens armados” (Tenente- coronel , Zelionmar Almeida).
O jornal Correio da Bahia, do dia 16/01/08, não destaca o assunto na capa.
Traz a manchete: Adolescente e executado por policiais militares. O subtítulo diz: Vitima voltava de uma partida de futebol com amigos e, segundo testemunhas, foi executado friamente.
O contexto da matéria deixa clara a hipótese, suposição de o assassinato ter sido cometido pelos PMs. A matéria tem a foto da mãe da vitima, da vitima em vida e do protesto, onde policiais militares armados estão diante dos panfletos estendidos pela comunidade.
Legenda: Inconsolável, a baba Djane de Jesus mostra o boné que o filho Djair usava ao ser morto, enquanto moradores do Alto da Esperança descem ate a rua para denunciar que o garoto foi executado por PMs. Esta legenda tem caráter informativo e serve para as três fotos.
Ainda na matéria há o intertitulo boné e Ronaldinho Gaúcho, onde a mãe explana mais sobre o filho. Na reportagem há uma pequena matéria: Delegado reitera versão dos PMs. Esta fala que o delegado Omar Andrade Leal vai apurar o caso, ouvindo testemunhas, a mãe da vitima e os policiais.
Declaração: “Era minha vida, ele pouco conheceu as malicias do mundo e morreu desta forma”. (Djane, mãe da vitima).
“Eles chegam aqui batendo em todo mundo, como se todos fossem marginais”. (Testemunhada execução de Djair, a dona de casa A.F.S).
“Como a ação da policia no local espanta a clientela, diminuiu o faturamento dos traficantes”. (Delegado Kleuber Oliveira Menezes).
*Comparação entre o A TARDE e o Correio do dia 16/01/08
O ATARDE traz o assunto na capa e faz uma matéria extensa dando voz a ambas as partes. Enquanto o Correio não traz o assunto na capa, explica bem o ocorrido, porém de forma mais abreviada, perante o outro veículo.
Ambos utilizam o enquadramento noticioso, focado no interesse humano, utilizando da vítima para alertar e sensibilizar.
É importante ressaltar que o A TARDE utilizou a matéria na capa, uma chamada, ou seja, para tal editor mereceu destaque, contrapondo com o Correio que não utilizou chamada na capa. Assim fica fácil perceber o critério subjetivo na escolha das matérias, ou seja, o fato de usar ou não na capa uma chamada de determinado assunto é um critério também muito pessoal.
A respeito das questões subjetivas e objetivas o editor do A TARDE afirma: “Claro, subjetivo sempre. E questões organizacionais é o manual que eu falei, mas a gente tem uma margem, de dependências e independências. Tem horas que eu não posso radicalizar muito que nem dá vontade de cobrir determinadas ocorrências, mas eu sei que tem que dá, porque o concorrente vai dá. Tem limitações também e essas são de ordens organizacionais. Talvez eu ache que a subjetividade qualifica, amplia e as questões organizacionais limitam e enquadram.”
Observamos que o editor do A TARDE se contradiz ao dizer que não utiliza o termo de comunidades, como Pelaporco, já que comprovamos na matéria do dia 16/01/08 (acima) que o mesmo utilizou tal termo no intertítulo desta matéria.
“Eu fiz um manual provisório para nossa área com algumas determinações, por exemplo nós não usamos a palavra “menor” para designar, não usamos invasão a comunidade, não usamos aquelas coisas como “indivíduo” ou “meliante”, “o pivete”, “o trombadinha”, “o assassino”. Nós usamos termos jurídicos, termos que a lei determina que sejam usados e nós usamos o bom senso também pra não usar palavras que aumentem a discriminação. Agora, o jornal A TARDE está em fase final do seu manual de redação, que sai esse ano ainda”, explica.
O jornal A TARDE, do dia 22/01/08, traz na capa foto e legenda sobre o caso.
Capa- A foto que esta na capa consiste em fotografias que amigos e parentes mostram em uma manifestação.
Legenda: Amigos e parentes mostram fotos de Alexandre durante a manifestação.
A matéria traz a manchete: PM e alvo de novo protesto; e o Intertitulo: PM- este intertitulo imforma que o Major, Ivan Neves, reiterou a versão do “auto de resistência a prisão” e afirmou que os policiais continuam trabalhando, enquanto respondem a inquérito militar, que vai ser apurado pelo próprio major.
Olho da matéria – Violência: Menos de uma semana após ato nas Sete Portas pela morte de jovem, militares são acusados de outro assassinato.
A matéria fala da morte do motoboy e traz a versão dos policiais envolvidos e do delegado.
Declarações diretas e indiretas: “Os PMs alegam que atenderam ao chamado de uma pessoa que dizia estar sendo atacada em um caixa eletrônico na Estação Pirajá”.
“Os PMs chegaram por volta das 2 horas. Apresentaram um revolver 38, com dois cartuchos deflagrados, alegando troca de tiros. Isso não impede que apuremos mais o fato”. (Delegado Nelson de Almeida Gomes).
“Meu filho foi baleado as 21 horas e eles só chegaram a HGE as 23h45, com ele morto”. (Mãe da vitima).
Na matéria há uma foto de manifestantes em protesto. Traz o titulo: Ministério Publico apura mortes, que vai tratar de outros casos também. E há também im boxe: Vitimas- fala dos três jovens que perderam a vida em ações militares. (o caso analisado anteriormente, do menino Djair, e citado).
Legenda da foto da matéria: Manifestantes cobram punição a militares que mataram Alexandre Macedo, 17, ultimo sábado em Pirajá.
O jornal Correio da Bahia, do dia 22/01/08, traz na capa uma chamada breve do assunto com uma foto.
Capa- Amigos de jovem morto pela PM exigem justiça. O pequeno texto da capa informa que familiares e amigos do adolescente Alexandre Macedo Fraga, 17 anos, morto por policiais militares, fizeram uma manifestação em prol da vitima. O protesto contou com a participação de 50 motociclistas, inclusive motoboys.
Foto- Manifestantes segurando uma faixa do sindicato dos motociclistas da Bahia.
Legenda: A manifestação durou cerca de duas horas e congestionou o transito de São Caetano e Pau da Lima.
A reportagem traz a manchete: Parentes e amigos de adolescente morto exigem justiça.
Subtítulo: Passeata em protesto a execução de Alexandre durou cerca de duas horas e se encerrou na porta da 10 DP.
A matéria confronta a versão das vitimas com a dos familiares. PMs dizem que a vitima teria atirado primeiro.
Intertitulos: Caminhada e Buzinaço.
As matéria traz três fotos, uma da manifetaçao, outra dos manifestantes em frente a 10 CP e a mãe da vitima chorando.
Legenda:Manifestação parou o trafego de veículos em vários bairros da cidade, com a participação de motociclistas. Nadjane Macedo, mãe da vitima, seguiu a frente do cortejo.
Ainda na matéria mais tres títulos que desenvolvem melhor o caso:
1-Socorro demorou duas horas (A mãe, a tia da vitima e o sindicalistas Baltazar e Moises Santos formam a comissão que foi recebida pelo delegado Nelson Almeida). Foto da comissão na delegacia com o delegado. Legenda: Comissão exigiu esclarecimentos de delegado Nelson Almeida.
2-Acusados alegam que foram atacados- Os acusados soldado Idelson de Jesus e o tenente Adaes em depoimento informaram que os motoboys disparam tiros contra eles.
3- PMs continuam trabalhando –E frizado que os PMs continuam trabalhando.
Declaraçoes: “Meu filho não conhecia arma, era um rapaz pacato, que tinha inclusive horário para entrar em casa”. (Nadjane Souza Macedo, mãe da vitima).
“Já esta na hora de a policia e a população deixarem de ver os motociclistas como bandidos. Na verdade, nos somos vitimas, por que os bandidos tomam nossas motos de assalto para praticar crimes”. (Presidente do Sindicato dos Motociclistas da Bahia, Henrique Balatazar da Silveira).
*Comparação entre o A TARDE e Correio do dia 22/01/08 - Ambos os jornais trazem o caso na capa, sendo que o Correio da mais destaque trazendo já na capa uma chamada com um a foto que ocupa um espaço significativo.
O Correio discorre muito mais sobre o fato em sua reportagem de uma pagina, enquanto o A tarde utiliza apenas meia pagina. Os acusados não tem voz nas matérias dos veículos, porem e destacado em ambas que continuam a trabalhar.
O jornal A Tarde do dia, 1/02/08, não da destaque a noticia na capa.
A matéria traz a manchete: Casa de policial e incendiada.
Olho: CABO LUCAS
Intertitulo: Embriagado
A matéria trata da casa do CABO LUCAS que foi incendiada, como explica este trecho: “As ameaças de retaliação por conta do assassinato de Samanta Alves Pereira Baldoino, 4 anos, foram cumpridas, quando foi ateado fogo a moveis, eletrodomésticos e outros pertences do sargento PM reformado Pedro Carlos Lucas da Silva, 54, acusado do crime que ainda se encontra foragido”.
Declarações: “Já alugamos outra casa, em Pero Vaz, pois já não há mais como ficar aqui” (Montador de estandes de 34 anos).
O jornal Correio da Bahia do, dia 1/02/08, não traz o assunto na capa.
Traz o chapéu: Caso Samanta. A matéria traz a manchete: Casa de PM assassinato incendiada por vizinhos. A matéria expõe abertamente que o assassinato foi cometido pelo PM Cabo Lucas. Traz a foto da casa depois do incêndio.
Legenda- Abandonada desde Domingo, a casa de Cabo Lucas quase foi destruída pelo fogo.
Declarações: “Nos não podemos pagar pelos outros. Ficamos chocados com o que aconteceu, mas com vandalismo não vai resolver nada”. (Montador J.L.G, 34, que passara a residir no Pero Vaz).
O jornal Correio da Bahia, do dia 22/01/08, traz na capa uma chamada breve do assunto com uma foto.
Capa- Amigos de jovem morto pela PM exigem justiça. O pequeno texto da capa informa que familiares e amigos do adolescente Alexandre Macedo Fraga, 17 anos, morto por policiais militares, fizeram uma manifestação em prol da vitima. O protesto contou com a participação de 50 motociclistas, inclusive motoboys.
Foto- Manifestantes segurando uma faixa do sindicato dos motociclistas da Bahia.
Legenda: A manifestação durou cerca de duas horas e congestionou o transito de São Caetano e Pau da Lima.
A reportagem traz a manchete: Parentes e amigos de adolescente morto exigem justiça.
Subtítulo: Passeata em protesto a execução de Alexandre durou cerca de duas horas e se encerrou na porta da 10 DP.
A matéria confronta a versão das vítimas com a dos familiares. PMs dizem que a vítima teria atirado primeiro.
Intertítulos: Caminhada e Buzinaço.
As matéria traz três fotos, uma da manifetação, outra dos manifestantes em frente a 10 CP e a mãe da vítima chorando.
Legenda:Manifestação parou o tráfego de veículos em vários bairros da cidade, com a participação de motociclistas. Nadjane Macedo, mãe da vitima, seguiu a frente do cortejo.
Ainda na matéria há mais três títulos que desenvolvem melhor o caso:
1-Socorro demorou duas horas (A mãe, a tia da vítima e o sindicalistas Baltazar e Moises Santos formam a comissão que foi recebida pelo delegado Nelson Almeida). Foto da comissão na delegacia com o delegado. Legenda: Comissão exigiu esclarecimentos de delegado Nelson Almeida.
2-Acusados alegam que foram atacados- Os acusados soldado Idelson de Jesus e o tenente Adaes em depoimento informaram que os motoboys disparam tiros contra eles.
3- PMs continuam trabalhando –É frisado que os PMs continuam trabalhando.
Declarações: “Meu filho não conhecia arma, era um rapaz pacato, que tinha inclusive horário para entrar em casa”. (Nadjane Souza Macedo, mãe da vitima).
“Já está na hora de a polícia e a população deixarem de ver os motociclistas como bandidos. Na verdade, nos somos vítimas, por que os bandidos tomam nossas motos de assalto para praticar crimes”. (Presidente do Sindicato dos Motociclistas da Bahia, Henrique Balatazar da Silveira).
*Comparação entre o A TARDE e Correio do dia 22/01/08 - Ambos os jornais trazem o caso na capa, sendo que o Correio dá mais destaque trazendo já na capa uma chamada com uma foto que ocupa um espaço significativo. O A TARDE traz uma foto seguida de uma legenda. A maneira como o Correio expõe o caso na capa já leva o leitor para dentro do jornal sabendo do que se trata, já o A TARDE deixa a desejar neste sentido, apenas a legenda e a foto não suprem as informações que uma chamada poderia dá à capa.
O Correio discorre muito mais sobre o fato em sua reportagem de uma página,trazendo mais detalhes do fato, inclusive o encontro dos parentes da vítima com o delegado, citações da conversa, o que possibilita ao leitor sentir-se mais próximo do caso. O A TARDE utiliza apenas meia página, sendo breve, porém explicativa. Os acusados não têm voz nas matérias dos veículos, porém é destacado em ambas que eles continuam a trabalhar.
Enquadramento noticioso com interesse humano, ambos focam na vítima. Quanto a linguagem percebemos que há linguagem policial, o que os editores explicam melhor: “A linguagem utilizada nas matérias que abordam temas policiais é a mesma usada nas demais notícias. É óbvio que existem termos característicos do jargão policial, como acontece nas editorias de economia e política, por exemplo. Não se trata, entretanto, de uma tendência, mas de uma necessidade voltada para dar mais objetividade ao texto”, fala a editora do Correio.
O jornal A Tarde do dia, 1º/02/08, não dá destaque a notícia na capa.
A matéria traz a manchete: Casa de policial é incendiada.
Olho: CABO LUCAS
Intertítulo: Embriagado
A matéria trata da casa do CABO LUCAS que foi incendiada, como explica este trecho: “As ameaças de retaliação por conta do assassinato de Samanta Alves Pereira Baldoino, 4 anos, foram cumpridas, quando foi ateado fogo a moveis, eletrodomésticos e outros pertences do sargento PM reformado Pedro Carlos Lucas da Silva, 54, acusado do crime que ainda se encontra foragido”.
Declarações: “Já alugamos outra casa, em Pero Vaz, pois já não há mais como ficar aqui” (Montador de estandes de 34 anos).
O jornal Correio da Bahia do, dia 1º/02/08, não traz o assunto na capa.
Traz o chapéu: Caso Samanta. A matéria traz a manchete: Casa de PM assassinato incendiada por vizinhos. A matéria expõe abertamente que o assassinato foi cometido pelo PM Cabo Lucas. Traz a foto da casa depois do incêndio.
Legenda- Abandonada desde domingo, a casa de Cabo Lucas quase foi destruída pelo fogo.
Declarações: “Nós não podemos pagar pelos outros. Ficamos chocados com o que aconteceu, mas com vandalismo não vai resolver nada”. (Montador J.L.G, 34, que passara a residir no Pero Vaz).
*Comparação entre o A TARDE e Correio:
Ambos utilizam meia página para explanar o assunto e ambos também não trazem o caso na capa. Nota-se que é uma matéria que é exposta pela importância, os veículos não podiam deixar de falar, porém não são tão bem trabalhadas quanto outras, tal fato é perceptível nos dois jornais.
A matéria do A TARDE chama atenção pelo fato de não traze nenhuma foto. A linguagem visual não existe.
As manchetes mostram o teor, a visão, o enquadramento que será dado ao caso na reportagem. O A TARDE apenas diz: Casa de policial é incendiada. Já o Correio traz: Casa de PM assassino incendiada por vizinhos. O termo “assassino” dá a sentença para o policial que está foragido e nem tem o direito de opinar sobre o caso. Ambos os jornais trazem declarações de vizinhos.
Tipo de enquadramento utilizado por ambos: Noticioso com caráter episódico.
4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a elaboração deste projeto foi possível eliminar um pensamento, hipótese inicial, de que os policiais poderiam ser tratados como vítimas nas matérias, o que diagnosticamos que não, sempre são tidos como vilões.
Percebemos também que o enquadramento de uma matéria passa por valores subjetivos e objetivos, o que inclusive influência no seu destaque.
E.APÊNDICE
APÊNDICE A – Questionário aplicado aos editores dos jornais Correio da Bahia e A TARDE.
1- Qual o tipo de linguagem utilizada nas matérias e na manchete pelo jornal nestes casos de violência/ crimes? É usado metáforas? É uma linguagem técnica, policial, busca objetividade. Existem normas pré-estabelecidas para esta escolha?
2- Como é feita a escolha do intertítulo, títulos e manchetes? Hierarquização, importância, seleção?
3- Nos casos de crimes que aparecem na capa, por que o jornal os utiliza, enquanto outros casos de violência são apenas citados, ou até nem aparecem na capa. Quais os critérios de seleção?
4- Como é feita a seleção das citações? Quais citações utilizar? Há hierarquização, equilíbrio de declarações? Como favorece ou não a forma de pensar o fato?
5- O jornal tem o hábito de procurar os suspeitos ou já tidos como culpados para se pronunciarem? Como é feita esta seleção das fontes, declarações?
6- Como são feitas as seleções das fotos? Os fotógrafos já sabem que há um modelo de foto para estes casos (existe normas da equipe – filosofia de trabalho/ há algum documento)? Existe uma diretriz, ou seja, não usar não usar foto do corpo, apenas da pessoa viva?
7- Pra o editor que tipo de enquadramento o jornal dá a estes tipos de notícias?
8- O editor considera que existem princípios organizacionais e subjetivos para o enquadramento da notícia?
9- A decisão é dada por quem, de que forma?
10- Existe uma política específica para o tratamento destes temas?
APÊNDICE B – Quadro comparativo das matérias dos jornais Correio e A TARDE
JORNAL ATARDE (16/08/07)
MANCHETE
OLHO
CITAÇÃO
MATÉRIA
FOTO
LEGENDA
Outra família do Calabetão sofre com ameaças de PMs.
Extermínio – Policiais foram denunciados por execução em abril. Enterro da vítima do crime de anteontem foi em clima de revolta.
“histórias dessa natureza têm se tornado frequentes, de tal modo que já se tornou rotineiro saber da existência de mortes violentas praticadas por policiais contra jovens, negros, pobres e de periferia”.
Professora da Uneb, Tânia Cordeiro.
Retrata a morte do Pedreiro Rodson da Silva, relembrando também um outro caso.
Fala da dor e revolta no sepultamento e também do pedido de proteção feito as Estado, por parentes.
Traz ainda um quadro: memória, relembrando outro caso.
*Foto do enterro da vítima.
*Foto de Tânia Cordeiro
(Fórum de Combate a Violência)
* Foto de Borges
(Moviento Negro)
Comoção marcou o sepultamento de Rodson da Silva Rodrigues, morto anteontem, junto com companheira e enteado, no Calabetão.
JORNAL ATARDE (16/01/08)
MANCHETE
OLHO
CITAÇÃO
MATÉRIA
FOTO
LEGENDAS
Revolta por morte de garoto.
Violência: Moradores da comunidade do Pelaporco denunciam execução de Djair Santana, 16. Polícia Militar fala em “defesa”.
“Djair correu na direção de casa quando ouviu tiros”.
Testemunha
Fala da revolta de moradores da comunidade de Pelaporco, pela morte do menino Djair.
Retrata o ônibus incendiado em protesto e traz um pingue-pongue com a mãe do garoto.
Intertítulos:
*Projeto Axé
*Versão da PM.
* Foto do protesto
*Foto do ônibus incendiado.
*Policial entre manifestantes que protestaram pela morte do adolescente Djair Santana, atingidos por tiros disparados por PMs no Pelaporco.
*Ônibus incendiado durante protesto pela morte de adolescente: risco de tragédia com passageiros.
Jornal ATARDE (22/01/08)
MANCHETE
OLHO
CITAÇÃO
MATÉRIA
FOTO
LEGENDAS
PM é alvo de novo protesto.
Violência: Menos de uma semana após ato nas Sete Portas pela morte de jovem, militares são acusados de outro assassinato.
“Os PM’s chegaram por volta de 2 horas. Apresentaram um revólver 38, com dois cartuchos deflagrados, alegando troca de tiros...”
Delegado
Fala da morte do motoboy e traz a versão dos policiais envolvidos e do delegado.
Intertítulo: PM
*Manifestantes em protesto.
Manifestantes cobram punição a militares que mataram Alexandre Macedo, 17, último sábado em Pirajá.
Jornal ATARDE (1º/02/08)
MANCHETE
OLHO
CITAÇÃO
MATÉRIA
FOTO
LEGENDAS
Casa de policial é incendiada.
CABO LUCAS
“As pessoas ameaçam, por isso ninguém quer se expor.”
Anônimo
Fala da casa do CABO LUCAS que foi incendiada.
Intertítulo: Embriagado
Não tem
Não tem
Correio da Bahia - 16/01/2008
Manchete
Subtítulo
Matéria
Foto
Legenda
“Adolescente é executado por policiais militares”
“Vítima voltava de uma partida de futebol com amigos e, segundo testemunhas, foi executado friamente”.
Deixa clara a hipótese de o assassinato ter sido cometido pelos PM’s – Suposição
Percebem-se protesto, cartazes indignados; uma da mãe do garoto e uma do rosto do garoto.
Informativa servindo para as 3 fotos pequenas
Correio – 22/01/2008
Manchete
Subtítulo
Matéria
Foto
Legenda
“Amigos de jovem morto pela PM exigem justiça”.
“Passeata em protesto à execução de Alexandre durou cerca de duas horas e se encerrou na porta da 10ª DP”.
Confronta a versão dos PM’s com a dos familiares. PM’s dizem que a vítima teria atirado primeiro.
Expõe uma faixa com os dizeres: “Motoboys de luto pedem justiça”, apoiados pelo Sindicato dos Motociclistas da Bahia. A Foto em relação à posição na capa está na parte de baixo do jornal. E em uma, o rosto da mãe da vítima.
Na foto da capa, registra-se que a manifestação parou o trânsito por 2 horas; nas fotos da matéria, novamente informa sobre o tráfego e mostra a mãe da vítima.
Correio – 01/02/2008 – Sem destaque da notícia e sem foto na capa
Manchete
Subtítulo
Matéria
Foto
Legenda
“Casa de PM assassino incendiada por vizinhos”.
Não tem.
Antes do título tem um chapéu, “Caso Samanta”.
Expõe abertamente que o assassinato foi cometido pelo PM “Cabo Lucas”.
Uma da casa incendiada.
Diz que a casa do Cabo foi quase destruída.
Correio – 16/08/2007 – Não tem destaque da matéria e nem foto na capa
Manchete
Subtítulo
Matéria
Foto
Legenda
“Pedreiro executado no calabetão é sepultado”.
Não tem.
Antes do título tem um chapéu, “Chacina”.
Afirma a ocorrência da chacina cometida por 4 PM’s. Existe uma possibilidade da família ter tido acesso às drogas. Porém, há a suspeita dos próprios PM’s terem “plantado” as drogas.
Aproximada do caixão, dando para ver partes do corpo da vítima.
“Robson Rodrigues foi enterrado no Cemitério de Quinta dos Lázaros”