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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Crispim Quirino

por Priscila Bastos

O poeta Crispim Quirino, inteligente e tímido, esteve com a Equipe do Site Poesia Baiana no Centro Cultural da Cidade de Cachoeria, Pouso da Palavra. Ele falou como se descobriu poeta, o primeiro poema e as maiores dificuldades em ser poeta.


Poesia Baiana- Como você se descobriu poeta?

Crispim Quirino- Dizem que o poeta se descobre com o passar do tempo. Comigo não aconteceu diferente. Aos 13 anos comecei a me familiarizar com as letras. A poesia já vivia em mim, o que precisava mesmo era materializar isso. Sou de origem de família humilde, mas percebi que nas palavras, nas letras podia conhecer poetas como Carlos Drummond de Andrade, com quem me identifico muito. Um poeta que me influência bastante, assim como o Mário Quintana, o Osvald de Andrade. Com 13 anos percebi que poderia ser mais do que eu já era. Os conflitos sociais, as disputas políticas na época, o borbulhar dos interesses econômicos sociais e culturais do país fizeram com que percebesse que ou seguiria o proletariado em busca de um socialismo, onde você ainda vivesse da sua força de trabalho e procurar nas palavras uma forma de me distanciar dessa realidade.

Você lembra qual foi o primeiro poema? O primeiro poema que eu escrevi foi A vida sobre a cidade de Maragogipe. Mas achei um poema muito comum, muito simples não tanto meloso, mas infantil. Aí tive que rasgar este poema. Depois escrevi uns dois, três livros e rasguei também. Na verdade estava tentando me reformular. Indo para literatura, fugindo um pouco do campo, foi que pude perceber que tinha uma proposta ainda a ser fincada. De lá para cá escrevo alguns livros. Porém, o meu livro mesmo, como proposta literária, será A Cidade Perdida.

Qual a maior recompensa em ser poeta? A maior recompensa em ser poeta é ser poeta. Não existe outra recompensa. O poeta vive em prol de sua proposta de literatura, de sua poesia e poder com essa poesia ultrapassar fronteiras. No mais escuro possível da obra, o poeta procura não deixar de ser poeta.

Quais as dificuldades enfrentadas por um poeta? As dificuldades que um poeta enfrenta é pagar luz, água a subsistência no mais o poeta se alimenta com a sua maneira de ver o mundo. Com poesia não se ganha dinheiro o dinheiro vem pra poesia. Tiveram muitos poetas que não foram reconhecidos em vida e no entanto venderam muitos livros.

Como você vê o jovem em relação à poesia? O jovem precisa ser mais despertado porque o mundo globalizado a gente tem que perceber a importância da poesia e direcionar essa poesia para essa poesia paar essa nova juventude que esta aí que eu acredito que não é uma juventude coca-cola, mas uma juventude raitech onde a tecnologia esta ganhando vida e a juventude perde sua vida porque vê a sua vida sendo absolvida sendo direcionada para os meios de comunicação, de cultura e massa e a tecnologia infelizmente acaba direcionando este caminho e o jovem ele fica à margem desse processo não percebendo que a poesia é um elemento fundamental para ele perceber-se enquanto ser humano e também perceber a importância da tecnologia na vida dele não como um processo que venha a alienar, mas um processo que venha a coadunar entre a arte e o fazer científico.

Para finalizar você poderia declamar um poema? Eu tenho vários poemas para declamar, mas as pessoas sempre pedem para mim O poeta. Acho que muitos vêem nesse poema um pouco de si.

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